O que são Adivinhações?
Com quem
vou viver minha vida? Quanto tempo de vida em tenho? Qual o números que serão
sorteados no concurso? Será que este produto vai ser o campeão de vendas? Será
que este avião pode cair? Vamos vencer esta partida ou ganhar?
Desde
crianças somos encantados para descobrir o que vem pela frente, o que estar por
vir. Por isso a Adivinhação - Arte de prever o futuro - existiu, de uma forma
ou de outra, em todas as sociedades que a história registra. Hoje, em qualquer
lugar, podemos encontrar praticantes desta antiga arte popular de adivinhação -
Astrologia, tarô, bola de cristal, leitura de mãos, numerologia e leitura da
sorte nas folhas de chá. E esses exemplos são apenas uma pequena amostra de
centenas de sistemas divinatórios desenvolvidos ao longo do tempo.
Quem
nunca conheceu um velhinho que ao olhar para o formato das nuvens se vira e diz
- é hoje vai cair muita chuva - o céu azul poucas nuvens e a pessoa com total
convicção dá esta declaração. O interessante é que muitas vezes é o que
realmente acontece.
Segundo
o "Manual do Bruxo" de Allan Zola Kronzel e Elizabeth Kronzek, muitos
métodos de adivinhação tiveram início na antiga Mesopotâmia, há mais de 4.000
anos. Lá, as artes divinatórias eram praticadas pelos sacerdotes, que
pesquisavam os movimentos das estrelas e dos planetas e examinavam as entranhas
de animais sacrificados em busca de indicações sobre o bem-estar do rei e da
comunidade.
Alguns
adivinhos buscavam indicações de fatos futuros entrando num transe e procurando
orientação no mundo dos espíritos. Este típico tipo de adivinhação ainda é hoje
muito difundido em algumas seitas espiritistas e que possuem o culto aos
espíritos. Segundo esta cresça os espíritos podem ver o futuro e com o dom
certo da pessoa receber avisos para muda-lo caso seja de mal agrado.
Outros
buscavam presságios na natureza. Um eclipse, uma tempestade de granizo, o
nascimento de gêmeos ou a maneira como a fumaça subia no ar - quase qualquer
coisa podia ser interpretada como um sinal de acontecimentos futuros. É a mãe
natureza avisando seus filhos quanto a situações difíceis no futuro, dando
tempo a seus filhos de mudar as coisas.
Na
Grécia e Roma antigas, existiam dois níveis de adivinhações: Adivinhações
profissionais, altamente treinados, trabalhavam para o governo, enquanto
videntes comuns prestavam serviço a qualquer pessoa que pudesse pagar seus
serviços. Entre os adivinhos oficiais, o mais reverenciado, na Grécia, era o
Oráculo de Delfos, a quem as pessoas formulavam suas perguntas, geralmente
todas as respostas possuíam múltiplas escolhas, para não tirar o direito do
livre arbítrio. As respostas eram dadas diretamente pelo Deus Apolo e
transmitidas pelos sacerdotisas que possuíam o dom de interpreta-las.
Emissários de reis de países vizinhos consultavam o Oráculo a respeito de
assuntos importantes, como onde construir um templo novo ou quando dar início a
uma guerra.
Em Roma,
os adivinhos indicados pelo Estado eram conhecidos como "áugures", do
latim "avis", que significa observação dos pássaros para dar ao Estado
seus valiosos conselhos. Acreditava-se que entre todas as criaturas da terra,
as aves eram as mais próximas do céu, portanto é compreensível que fossem
vistas como boas indicações do que podia ou não agradar os Deuses. Eles
baseavam as interpretações em muitos tipos de observações, inclusive o número e
a espécie das aves e sua forma de voar, piar e cantar, sua direção e sua
velocidade. Júlio César, Cícero, Marco Antônio e outros romanos eminentes
serviram-se de áugures.
Adivinhos
menos ilustres punham-se à disposição de todos, até mesmo escravos algumas
vezes tinham permissão para fazer consultas, ler a sorte foi um grande negócio
durante toda a antiguidade e se pensarmos um pouco, continua sendo.
A
interpretação dos sonhos e a astrologia eram os sistemas mais respeitados,
porém havia outros sistemas bastante populares, tais como a aritmancia, a
consulta ao cristal (que deu origem a vidência em bolas de cristal) e a
quiromancia, bem como sistemas ligados a aves, dados, livros, flechas,
machados, objetos da natureza como búzios, coxas, ossos de animais e outros objetos bem surpreendentes.
Os
adivinhos populares, muitos dos quais também vendiam talismãs e amuletos, não
tinham o mesmo respeito que os adivinhos oficiais. O mais provável é que fossem
impostores e dos comediantes adoravam satirizar as pessoas que se amontoavam em
torno deles, atrás de conselhos para os assuntos mais triviais.
Muitos
sistemas divinatórios antigos sobreviveram ao longo da idade média, apesar da
oposição da Igreja, na Europa. Videntes profissionais continuaram a trabalhar
nas cidades mais importantes, adivinhos itinerantes se deslocavam de uma cidade
para outra e magos e benzedeiras de aldeia prestavam serviços de adivinhação
para suas comunidades. Deve-se notar que os magos de aldeia deviam ser capazes
de conhecer tanto o futuro como o passado. Muitas vezes lhes pediam que
localizassem objetos perdidos, identificassem ladrões, descobrissem o paradeiro
de pessoas desaparecidas e encontrassem tesouros enterrados.
Sobre
esses tesouros, é bom lembrar que, séculos atrás, os bancos eram raros e muito
distantes um do outro, então muita gente enterravam seus bens preciosos num
buraco escavado na terra, costume que levava outras pessoas a tentar localizar
e retirar da terra as preciosidades, obviamente sem avisar o dono.
Pessoas
comuns também podiam praticar, por conta própria, algum tipo de adivinhação,
aprendida em livretos ilustrados ordinários que tratavam de quiromancia,
astrologia e outros assuntos, á venda desde o século XVI. No geral, porém, a
adivinhação continuou nas mãos de profissionais que afirmavam possuir
informações , treinamento e um "dom" ao qual os outros não tinham
acesso.
Nos
últimos séculos acrescentaram-se dois sistemas de adivinhação ao arsenal dos adivinhos.
A cartomancia - adivinhação por meio de cartas de baralho - se desenvolveu em
meados dos séculos XVII, cerca de 150 anos após o surgimento das cartas de
baralho Europeu, e logo se tornou marca registrada dos adivinhos ciganos
itinerantes. A adivinhação pelas folhas de chá, embora praticada na china desde
o século VI, só apareceu na Europa em meados do século XVIII. Esses dois novos
sistemas tornaram-se populares rapidamente, talvez por que o baralho e o chá já
fossem parte da vida cotidiana das pessoas. Embora muitos sistemas de
adivinhação tenham sido abandonados, perdura na cultura popular a necessidade
de dar uma "espiada" no que vem pela frente, astrologia, horóscopo,
tarô, búzios ainda são encontrado com frequência.
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