A Minha Tradição

Desde que consigo lembra, sempre fui muito conectado com a natureza, sempre a via de maneira diferente dos demais ao meu redor. Não a tratava como um recurso, somente para habitar e extrair tudo que me fosse necessário. 


Sentia uma conexão, conseguia escutar sua linguagem, o cantarolar de um riacho me transmitindo um mantra de paz e equilíbrio. O mantra suave dos pássaros ao amanhecer contemplando o retorno do grandioso Sol. Até mesmo a coleta de capim pelas ásperas línguas das graciosas vacas no campo, me fazia entender a estreita relação de todos com a Mãe Natureza. 


Aos poucos fui crescendo e comecei a perceber conhecimentos muito antigos passado de geração em geração em minha família, principalmente por minhas avós, tanto materna, quanto paterna, elas se referiam a este conhecimento como "Os Antigos". 

A maioria desta tradição estava ligada a conexão com a natureza, uma magia para direcionar a energia do mundo para determinado fim, muito deles ligado ao bem estar de todos, a cura, conforto, prosperidade, premunição. 

Tanto uma quanto outra e minha mãe consideravam uma tradição familiar este conhecimento e possuíam total orgulho e honra por passar adiante. Com honra e também por sentir a importância destes conhecimentos comecei a aprender e a prestar atenção em sua eficácia e validade, achei fantástico o funcionamento e a aplicação, algo inteiramente mágico, comecei a pratica-lo. 

Com a maturidade e a pesquisa, observei que estas tradições se tratavam de conhecimentos muito antigos e relacionados a um tipo de espiritualidade e até por que não dizer, uma religião pautada em conhecimentos e conexão com o natural. 

Foi surpreendente em chegar a conclusão quanto a semelhança, a prática e a espiritualidade que se tratava de uma tradição muito antiga e que hoje é reconhecida como Wicca, ou Bruxaria, ou Feitiçaria. 

Com o farto acesso a informação que os meios de comunicação possuem, observei também que esta tradição aos poucos foi sendo distorcida e até por que não mau interpretada. A Grande Deusa Anciã se revelou a mim e me orientou a abrir esta tradição alem da transição oral, para que não se perca, para que seja disseminada além das fronteiras de meus aprendizes, para que toque e sensibilize aquele que desejar. 

Relutei muito em fazer isto, as orientações da Grande Deusa Anciã foram muitas até finamente começar a escrever este testo. Até por que, acredito que esta tradição deva ser transmitida conforme sempre foi durantes milênios, de mestre para aprendiz, também não possuo a pretensão de iniciar ninguém a prática desta forma, o objetivo é abrir a portas para qualquer um que tenha dúvida de seguir um caminho como este ou até mesmo aquele que possui curiosidade por este tipo de tradição. 

Formas de apresenta-lo ao mundo hoje são muitas, que vão muito além da tradição oral ou através de manuscritos. Então por que não utiliza-las? 

Este espaço é seu, que me escuta pela primeira vez, que é abençoado pelo Deus e pela Deusa, a cada dia, cada minuto de sua existência em nosso pequeno pedaço de infinito.


Edadicilef Augu.


O Pequeno Altar.


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